
Deputado federal Paulinho da Força (Foto: Elaine Menke/Câmara dos Deputados)
Por Cláudio Humberto
Está azeda a relação entre Paulinho da Força (SD-SP) e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Rep-PB), que deu ao deputado a relatoria do projeto da anistia, rapidamente rebatizado de “PL da Dosimetria”. Paulinho condicionou a votação do texto que amplia isenção do Imposto de Renda à votação do projeto que relata, o que estressou governistas e aliados de Arthur Lira (PP-AL), relator do projeto do IR. Nas reuniões que fez com as bancadas na última semana, Paulinho ouviu desaforos.
Deu barraco
Líder da oposição, Zucco (PL-RS) subiu o tom no encontro com o deputado do Solidariedade, que não fala em anistia, só em reduzir pena.
Calma, gente
O clima ficou tão pesado que, após reunião com a bancada, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), precisou recorrer a panos quentes.
Blefou e perdeu
Paulinho também desagradou a ala governista na Câmara ao sinalizar a redução na pena do ex-presidente Jair Bolsonaro e reafirmar a fala do IR.
Texto esvaziado
O PT viu a fala do relator como chantagem e saiu dizendo que deve fechar questão contra o texto que corre risco de morrer ainda na Câmara.

Ministro do Turismo Celso Sabino (União Brasil) - Foto: Cleia Viana/ Agência Câmara.
Ministro pede demissão rezando por um milagre
A permanência de Celso Sabino no Ministério do Turismo só interessava a ele mesmo, daí sua tristeza ao anunciar a demissão jurando que foi Lula (PT) quem pediu para ele permanecer no cargo até sexta (3). Há controvérsia: fonte do Planalto diz que Lula atendeu a seu pedido para chegar a Belém no avião presidencial, sexta (3), para eventos sobre a Cop30. Sabino conseguiu driblar a ordem do seu partido, o União Brasil, para vazar do cargo 24 horas. Com a jogada, esticou o prazo em 15 dias.
Esperando milagre
Sabino reza por milagre, mas o União quer distância do PT. Em abril, seu líder, Pedro Lucas (MA), recusou convite de Lula para ser ministro.
Voltando para casa
Titular de pasta irrelevante, sem recursos, Sabino ao menos desfrutava dos salamaleques do cargo. Agora, retornará ao “baixo clero” da Câmara.
Adeus, mordomias
Além de carrão de placa verde e amarela, ele perderá mordomias como desembarcar em sua cidade em jatinhos da FAB, acenando a eleitores.
Poder sem Pudor

Crueldade em Petrolina
Um dos talentos do ministro da Defesa, José Múcio, é contar causos engraçados, em que sempre se dá mal. Como da sua difícil campanha para governador de Pernambuco, em 1986, enfrentando o favorito Miguel Arraes. Ele relatou ao podcast de Magno Martins que chegou para comício em Petrolina precisando correr ao banheiro. Um apoiador local o acompanhou, a passos aflitos, mas o único WC da área estava ocupado. O amigo solidário bateu à porta, nada. Insistiu e ouviram uma voz sem pressa: “Está ocupado”. Tempo passando, Zé Múcio se contorcendo, o amigo se impacientou: “Saia logo, o governador precisa usar!” A voz sem pressa conferiu: “Doutor Arraes?” Após saber que se tratava do adversário, a voz soou cruel: “Agora é que não abro mesmo!“
Decisão suspeitíssima
Coordenadores estaduais de Combate ao Trabalho em Condições Análogas à Escravidão entregaram os cargos em protesto contra decisão de Luiz Marinho (Trabalho), que resolveu revisar pessoalmente processo que poderia incluir avícola da JBS na lista suja de trabalho escravo.
13 cabalístico
A saída de Celso Sabino do Ministério do Turismo, que abandonou a pasta por ordem do União Brasil, que rompeu com Lula, representa a 13ª baixa na Esplanada desde o início do atual governo.
Só piora
O nome do ministro Márcio Macedo (Secretaria-Geral) voltou a ser lembrado para eventual troca (demissão), que pode ocorrer quando Lula resolver o Ministério do Turismo. Guilherme Boulos é o favorito.
Na moita
De saída da presidência do STF, Luís Roberto Barroso não prevê reação da Corte à Lei Magnitsky, ao menos por enquanto, até por isso ser inútil. Eventual reação só aós o julgamento do suposto “golpe”.
Frase do dia
“O Careca é o novo Marcos Valério do Mensalão”
Deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) sobre papel do Careca no roubo do INSS
Nada de Lula
Dono do PSD, Gilberto Kassab diz que o partido deve mesmo seguir sem apoiar Lula em 2026. O cacique reforça que o plano é apoiar Tarcísio de Freitas ou as pratas da casa: Ratinho Jr e Eduardo Leite.
Sabotagem e boicote
Eduardo Girão (Novo-CE) diz que demorou, mas a base do governo Lula “mostrou a que veio com força” na CPMI do INSS. Diz o senador que a turma lulista quer sabotar e boicotar as investigações da gatunagem.
Longe de petista
Ciro Nogueira (PP-PI) deu um puxão de orelhas na centro-direita, que acusou de passar todos os limites da falta de bom senso. O senador cobrou união: “não podemos ser cabo eleitoral de Lula”.
Pra esse ano
Nas contas de Fábio Schiochet (União-PR), que preside o Conselho de Ética, o processo contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não vira o ano. Deve ser votado entre novembro e dezembro.
Pensando bem...
...“amarrar o burro” tem muitas aplicações.