LEVANTAMENTO Brasil deve colher 53,4 milhões de sacas de café em 2022, aponta Conab

LEVANTAMENTO Brasil deve colher 53,4 milhões de sacas de café em 2022, aponta Conab

Semana nacional do Café. Foto: Divulgação

Porto Velho, RO - As condições climáticas registradas durante o desenvolvimento da safra 2022 de café são determinantes para a estimativa de produção de 53,4 milhões de sacas.

De acordo com o segundo levantamento da cultura, divulgado nesta quinta-feira (19) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o volume representa um acréscimo de cerca de 5,7 milhões de sacas em relação ao ciclo anterior.

Se comparado com a colheita de 2020, último ano de bienalidade positiva, a produção esperada para este ano é 15,3% inferior, o que representa 9,65 milhões de sacas. Comparativamente à safra 2021, o resultado é 12% superior.

“A recuperação é limitada, uma vez que a estiagem e as geadas ocorridas ainda no ano passado, principalmente em Minas Gerais, Paraná e São Paulo, debilitaram as plantas, influenciando no desempenho produtivo das lavouras de café”, reforça o presidente da Companhia, Guilherme Ribeiro.

O café do tipo arábica é aquele que mais deve ser influenciado pelo clima adverso, pois a sua concentração ocorre nessas regiões mais impactadas pelas baixas temperaturas e pela escassez hídrica.

A expectativa ainda é de uma recuperação na produção em relação à safra passada, de 13,6%, podendo chegar a 35,7 milhões de sacas do produto beneficiado.

Porém, era esperado um potencial produtivo maior, por se tratar de um ciclo de bienalidade positiva. Se comparado com a safra 2020, a sinalização é de diminuição de 23,6% do volume total estimado.

“Os técnicos da Conab que foram a campo acompanhar o desenvolvimento das lavouras relataram que, apesar da boa florada a partir das chuvas ocorridas, não houve um bom pegamento dos chumbinhos devido às condições fisiológicas das plantas”, explica a superintendente de Informações da Agropecuária da Conab, Candice Romero Santos.

Para a produtividade média, o último ano de bienalidade positiva alcançou cerca de 32,21 sacas por hectare para o mesmo café arábica.

Já na atual safra, a estimativa é de um rendimento médio de 24,6 sacas por hectare.

Minas Gerais continua como o maior produtor de café do Brasil com 24,7 milhões de sacas produzidas, destas 24,4 são de arábica.
Conilon

Em movimento oposto ao arábica, a produção de café conilon deve atingir um novo recorde, com colheita de 17,7 milhões de sacas beneficiadas – um aumento de 8,7% em relação à safra anterior, puxado pelo incremento de
produtividade que tem sido recorrente a cada ano.

No Espírito Santo, principal estado produtor de conilon, a produção tende a ultrapassar as 12 milhões de sacas.

“Não houve registro de extremos climáticos no estado capixaba. Pelo contrário, o volume de chuvas e as temperaturas foram favoráveis para a cultura. O mesmo cenário foi verificado na Bahia. Em Rondônia, além das boas condições climáticas, os produtores seguem investindo em melhorias nos pacotes tecnológicos. Já os estados de Mato Grosso e Amazonas apresentam grande potencial para ampliar a produtividade e consequentemente a produção”, ressalta o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.
Área

Segundo o levantamento divulgado pela Companhia, a área destinada para o café está estimada em 2,2 milhões de hectares, aumento de 1,9% em relação a 2021. A elevação é esperada tanto para o espaço destinado para as plantas em formação como para aquelas em produção.

Para a área em formação, que contempla plantios novos e áreas esqueletadas ou recepadas, a Conab estima cerca de 401,2 mil hectares, enquanto que as lavouras em produção devem se estender por 1,84 milhões de hectares, alta de 2,5% e 1,8% respectivamente.
Mercado

Nos quatro primeiros meses deste ano, o Brasil já exportou 14,1 milhões de sacas de 60 kg de café.

O volume é 10,8% menor do que a quantidade exportada em igual período do ano passado, resultado influenciado pela queda na produção de café em 2021 e redução dos estoques internos nos primeiros meses de 2022.

“Atualmente, a oferta restrita do produto continua influenciando os preços. Por outro lado, a pressão baixista sobre o consumo aumenta as incertezas e a tendência atual é de muita volatilidade. Porém a recuperação limitada da produção brasileira impede quedas mais expressivas nas cotações de café e sustenta os valores praticados no mercado em patamares elevados”, pondera o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira.

Fonte: Canal Rural
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