Nem sempre quem liderava em abril foi eleito ao final, mas vencedor tinha ao menos 17% nesta época do ano.
Porto Velho, RO - O Brasil está a pouco menos de seis meses da eleição presidencial, cujo primeiro turno está marcado para o dia 2 de outubro. Segundo pesquisa Datafolha divulgada no último dia 24 de março, o ex- presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a corrida eleitoral com 43% das intenções de voto, seguido do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem 26%.
Depois, aparecem Sergio Moro (União Brasil), com 8%; Ciro Gomes (PDT), com 6%; João Doria (PSDB), com 2%; André Janones (Avante), com 2%; Simone Tebet (MDB), com 1%; Felipe d’Ávila (Novo), com 1%; Vera Lúcia (PSTU), com 1%; e Leonardo Péricles (UP), com zero.
A vantagem do petista parece grande, mas o quanto isso é importante a seis meses da eleição? Veja abaixo qual era o cenário nesta época da disputa, sempre com dados do Datafolha.
A vantagem do petista parece grande, mas o quanto isso é importante a seis meses da eleição? Veja abaixo qual era o cenário nesta época da disputa, sempre com dados do Datafolha.
A ELEIÇÃO EM ABRIL DE 2018
Fonte: Datafolha - 11 a 13 de abril de 2018
Lula acabara de ser preso pela Lava-Jato (dia 7 de abril), condenado pelo então juiz Sergio Moro por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, mas ainda assim liderava com folga em dois dos seis cenários pesquisados, com 31% e 30% das intenções de voto – nos dois casos, era seguido por Bolsonaro, que tinha 15%.
Apesar de preso, Lula insistia na candidatura e, pela lei, era permitido pedir o seu registro, mas isso poderia ser indeferido pelo Tribunal Superior Eleitoral, o que de fato acabou acontecendo. Nos outros quatro cenários de abril de 2018, todos sem Lula, quem aparecia numericamente na frente era Bolsonaro, sempre com 17%, mas empatado dentro da margem de erro com Marina Silva (Rede), sempre com 15%.
Naquela época, ainda havia nas projeções muitos nomes cujas candidaturas não se confirmariam. Além de Lula, ficaram pelo caminho o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa (PSB), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (então no DEM), e o ex-presidente Fernando Collor (PTC).
Até o então presidente Michel Temer (MDB) ainda era especulado como candidato. Chegaram ao dia da votação Ciro Gomes (PDT), Alvaro Dias (Podemos), Guilherme Boulos (PSOL) e João Amoêdo (Novo). Manuela D´Ávila (PCdoB), que era cotada como presidenciável, acabou se tornando vice de Fernando Haddad (PT).
Haddad, aliás, aparecia com apenas 2% em dois cenários, mas ele acabou indo ao segundo turno. Outro cotado para substituir Lula era Jaques Wagner (PT), que não passava de 1% em duas situações simuladas em abril.
A ELEIÇÃO EM ABRIL DE 2014
Fonte: Datafolha - 2 e 3 de abril de 2014
O curioso é que a eleição tinha, àquela altura, sete candidatos nanicos e cinco deles sequer conseguiram pontuar.
Serra travou uma disputa apertada com Dilma até julho daquele ano, quando a petista começou a abrir uma vantagem consistente até conseguir 47% a 33% dos votos válidos sobre o tucano na votação de primeiro turno.
A ELEIÇÃO EM ABRIL DE 2010
Fonte: Datafolha - 15 e 16 de abril
Nas três eleições, o patamar mínimo conseguido em abril por aquele que viria a vencer a eleição foi 17% das intenções de voto. Segundo levantamento do portal UOL, feito com base nas do Datafolha, desde 1989 todos os candidatos eleitos tinham ao menos esse número nas pesquisas do instituto feitas em abril.
Fonte: Veja