Tagliaferro expôs os “dedos-duros” do TSE em depoimento

Tagliaferro expôs os “dedos-duros” do TSE em depoimento

O perito Eduardo Tagliaferro fala à Subcomissão Especial sobre o Combate à Censura da Câmara dos Deputados, em 24 de setembro. (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)



Por Alexandre Garcia




Eduardo Tagliaferro deu seu terceiro depoimento no Congresso Nacional, em uma subcomissão da Câmara dos Deputados. Ele está na Itália, perto de Milão, e falou por videoconferência com aqueles que querem ouvi-lo no Senado e na Câmara. Eu já havia lembrado que ele citou o nome de José Levi do Amaral Júnior, que trabalhou com Paulo Guedes no governo Bolsonaro, e antes disso já tinha trabalhado no Ministério da Justiça, onde conheceu Alexandre de Moraes, que o levou para ser secretário-geral do TSE. Tagliaferro disse que Levi ajudou a fazer os bloqueios, as censuras, mas eu não mencionei outros nomes, que vale a pena conhecer

Gisele Siqueira era secretária de Comunicação, responsável por tratar com os jornalistas, com a imprensa. Ela também sugeria, “Fulano está dizendo isso, isso e isso”, para bloquear, segundo Tagliaferro. Uma secretária de Transportes, Adaíres Aguiar, também passava nomes, dizia “tem de bloquear esse, tem de bloquear aquele”. E um ex-diretor do WhatsApp que está hoje trabalhando com Fernando Haddad, Dario Durigan, também era parte da tropa de dedos-duros. “Dedo-duro”, no tempo do governo militar, era quem dizia: “Olha, esse aí está falando mal do governo”. Fizeram isso no meio artístico e cometeram injustiças terríveis, mas isso é outro assunto.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, acusou Tagliaferro de quebra de sigilo profissional. Se diz isso, é porque está reconhecendo que tudo o que o perito está contando é verdade, não é mesmo? Eduardo Tagliaferro é mais ou menos como um novo Roberto Jefferson, que se expôs, mas entregou o mensalão, que foi o primeiro grande escândalo do governo Lula, no primeiro mandato.
“Careca do INSS” falou muito e não explicou nada

A CPMI do roubo dos velhinhos da Previdência finalmente ouviu o “careca do INSS”. Acompanhei tudo e parece que ele não disse muita coisa. Foi negando tudo, disse que ganha um bom dinheiro, que gosta de máquinas, de ostentação, e por isso tem coleção de automóveis. Afirmou que não tem nada a ver com a roubalheira, mas está lá, disseram que há provas de que ele é procurador da Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos – um nome comprido que está mais para propaganda de uma associação que levou muito dinheiro, muitos milhões, nessa história toda.
O tamanho da rede de lavagem de dinheiro do PCC

Agora sabemos que o PCC tem 60 motéis só em São Paulo! No Brasil, “motel” tem um significado diferente. Nos Estados Unidos, o motel (de “motor hotel”) é só um hotel de beira de estrada; nos tempos em que viajei muito dirigindo pelos EUA, ficava sempre em motéis, com a família, porque esses estabelecimentos são familiares. No Brasil é que a palavra virou sinônimo de ponto de encontro. E só em São Paulo o PCC tem 60 desses lugares, uma rede de lavagem de dinheiro. E nem estou falando das distribuidoras e postos de combustíveis. É uma grande facção criminosa, que surgiu porque há gente que compra droga e dá o dinheiro para os bandidos comprarem seus fuzis.

Chefe da Autoridade Palestina criticou o Hamas em discurso na ONU

Fiquei satisfeito com o discurso do Mahmoud Abbas, a principal autoridade palestina, que falou por vídeo na Assembleia Geral da ONU. Ele se queixou do Hamas, que dominou a Faixa de Gaza quando o poder deveria estar com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), conforme os acordos que Israel assinou para criar um Estado palestino, passando primeiro por uma fase de transição, com a Autoridade Palestina. Mas Abbas governa apenas algumas partes da Cisjordânia, aquele território que fica a oeste do Rio Jordão – do outro lado está a Jordânia.

Abbas afirmou que “temos de impedir a expansão de Israel”, mas a expansão de Israel só existe por causa do Hamas. Israel está ocupando os lugares de onde o Hamas lança foguetes contra os israelenses todos os dias. Mas Mahmoud Abbas também disse algumas verdades que devem ter deixado muita gente meio sem graça. Condenou o 7 de outubro, aquela barbárie de botar bebês em micro-ondas; e disse que está à disposição de Donald Trump para conversar, mas sem o Hamas, que é um órgão terrorista financiado pelo Irã para extinguir Israel.
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