
Porto Velho, RO - O presidente da Argentina, Javier Milei, chamou nesta quinta-feira (28) de "farsa da semana" asacusações de corrupção envolvendo sua irmã, Karina, e atribuiu o que chamou de "mentira" a seus rivais políticos kirchneristas, a quem ele chama de "casta".
Esta é a segunda vez em dois dias em que ele chama o escândalo envolvendo Karina Milei de falso. Na quarta, ele acusou seu ex-aliado Diego Spagnuolo, outro pivô do esquema, de espalhar mentiras — um áudio gravado por Spagnuolo e vazado à imprensa acusa diretamente a irmã do presidente de corrupção.
"A farsa desta semana é apenas mais um item na longa lista de truques de casta e, como todas as anteriores, uma nova mentira", disse Milei, ao ler seu discurso durante um evento.
No púlpito, o presidente argentino também comentou a carreata de quarta-feira, da qual teve que ser retirado às pressas devido a ataques da população com pedras.
"Ainda conservo os reflexos", ele disse, em tom de brincadeira, por ter desviado dos objetos lançados em sua direção.
Ataque com pedras
Foto mostra pedra atirada contra Milei durante caravana, em 27 de agosto de 2025 — Foto: Juan Mabromata/AFP
Milei deu a declaração antes de ser atacado por pedras e garrafas durante uma carreata na cidade de Lomas de Zamora, ao sul da Grande Buenos Aires. Ele precisou ser retirado às pressas do local.
No dia 22 de agosto, a Justiça realizou buscas como parte da investigação sobre um suposto esquema de propina que envolve funcionários de alto escalão do governo e a própria irmã do presidente, Karina Milei.
O escândalo começou após a divulgação de áudios que teriam sido gravados pelo ex-dirigente da Agência Nacional da Pessoa com Deficiência (ANDIS), Diego Spagnuolo, demitido pelo governo em 21 de agosto.
Os áudios fazem menções a subornos e citam Karina Milei e Eduardo "Lule" Menem, subsecretário de Gestão Institucional do governo, como beneficiários das supostas propinas na compra de medicamentos.
"Estão roubando, você pode fingir que não sabe, mas não joguem esse problema para mim, tenho todos os WhatsApps de Karina", diz um dos áudios atribuídos a Spagnuolo e divulgados pela imprensa local.
Spagnuolo afirmou que o valor desviado é de até 8% de cada contrato, em torno de US$ 500 mil a US$ 800 mil por mês, e que Karina recebe cerca de 3%.
Fonte: Por G1