A lei do retorno pegou Alexandre de Moraes

A lei do retorno pegou Alexandre de Moraes

Alexandre de Moraes e sua esposa, Viviane Barci de Moraes, em 2022. (Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República)




Por Alexandre Garcia


Nem no discurso de Lula nas Nações Unidas, nem no discurso de Donald Trump, nem na conversa entre Lula e Trump (que teria durado 39 segundos), tratou-se de Lei Magnitsky. Eu me pergunto se alguma vez passou pela cabeça de Alexandre de Moraes que tudo o que ele fez com várias famílias se voltaria contra ele. Será que ele imaginou, algum dia, que isso poderia acontecer?

Moraes bloqueou a mãe e o filho de Carla Zambelli, que não tinham nada a ver com as questões políticas da deputada. A Polícia Federal entrou na casa de Oswaldo Eustáquio, quando só estavam a mulher e a filha adolescente, e fez coisas horríveis – por causa de Eustáquio. A esposa do deputado Eduardo Bolsonaro teve tudo bloqueado. A família Mantovani, que bateu boca com Moraes no aeroporto de Roma, passou por um vexame, com a PF fazendo busca e apreensão na casa da família.


O que essas famílias todas sentiram deve ser o que Moraes está sentindo agora, que as sanções pegaram esse instituto familiar dele, cujo título tem dois trocadilhos – “Lex” significa “lei”, mas também é uma contração ou diminutivo de “Alexandre”, tanto que o arqui-inimigo do Super-Homem se chama Alexander Luthor, “Lex” é um apelido. Aliás, em uma das últimas representações de Lex Luthor, ele se parece demais com o próprio Moraes... As notícias dizem que o prejuízo da empresa jurídica deles chega a milhões, porque parece que haveria ligações com os Estados Unidos, e agora isso tudo fica suspenso. Todos os imóveis, empresas, investimentos e contas da família estão nessa holding, que paga menos imposto e dá isenção na hora de uma partilha, quando for necessário.
Todos sabem que que lado Lula está no conflito entre Israel e o Hamas

Aliás, falando do discurso de Lula na ONU, me disseram que ele precisa ter cuidado ao falar de Israel, já que no fundo ele apoia o Hamas, que quer extinguir Israel do mapa. Um amigo judeu me lembrou que o Deus do Antigo Testamento, antes do amor de Cristo, era um Deus que castigava.

Trocar anistia por dosimetria é só botar mais pressão em panela que já está quase explodindo

Essa história da dosimetria, que queriam colocar no lugar da anistia, já está sendo abandonada. Quem faz dosimetria é o STF, que condenou Jair Bolsonaro e lhe impôs 27 anos de prisão, por exemplo. Lula, na ONU, quis justificar a condenação de Bolsonaro, mas vejam a ironia: Bolsonaro foi condenado apenas em uma instância, na última, a suprema instância; Lula foi condenado em três – na primeira, na segunda e na terceira –, e só a última o “descondenou”.

Os políticos estão discutindo como tirar a pressão dentro dessa panela em ebulição. Hugo Motta estava querendo “abandonar as pautas tóxicas”, como ele chamou. Mas isso não tem nada de tóxico; é uma necessidade da nação para se apaziguar. Se isso for enfiado para baixo do tapete, se deixarem ferver, a panela explode. Esse é um perigo que qualquer estadista com visão estratégica percebe. As táticas do dia a dia da politicagem não vão resolver.
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