
Porto Velho, RO - O deputado federal Alfredo Gaspar de Mendonça (União-AL) disse nesta sexta-feira (22) que investigará os roubos bilionários a aposentados e pensionistas brasileiros, desde o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), passando pelas gestões dos ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), até Lula (PT). Para o relator da CPMI do INSS, além dos critérios técnicos de apurar crimes que não prescreveram, desde 2015, tal delimitação da investigação ocorre porque há ladrões demais envolvidos.
Em entrevista à CNN Brasil, Alfredo Gaspar disse querer identificar grandes larápios por trás de associações que roubaram de trabalhadores brasileiros mais vulneráveis R$ 6,3 bilhões, somente de 2019 até abril deste ano 2025, com o aval do INSS. E descartou priorizar a convocação do irmão de Lula, Frei Chico por entender ser preciso ouvir primeiro os ex-titulares e atuais comandantes do Ministério da Previdência e do INSS. O irmão do presidente petista é vice-presidente de uma associação investigada.
“Se for ver o nascedouro desse crime tão grave, você vai ter que retroceder quase à promulgação da Constituição. Mas tô obedecendo a um lapso temporal de eficiência e celeridade […] e também evitar prescrição. […] Ladrões não faltam, infelizmente, ao longo da jornada, para pegar o dinheiro do povo. E esses que meteram a mão no dinheiro do povo vão ter que ser responsabilizados, sob pena do Estado brasileiro ficar ainda mais desacreditado”, garantiu Alfredo Gaspar.

Deputado Alfredo Gaspar (E), relator da CPI Mista do roubo do INSS, e o senador Carlos Viana (D), presidente do colegiado (Foto: Saulo Cruz/Ag. Senado)
Quem são os grandes larápios?
Bolsonarista, o relator da comissão parlamentar mista de inquérito descartou qualquer preocupação com impactos da investigação sobre os embates entre esquerda e direita em torno das investigações e da ação penal que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente que é seu aliado.
“Eu tô preocupado em apontar na CPMI os grandes ladrões do povo mais trabalhador e sofrido do Brasil, que são os aposentados e pensionistas. Nós deixaremos o que tá acontecendo lá no Supremo no seu devido lugar. O papel da CPMI é mostrar quem são os grandes larápios da nação. Nós temos muita gente usufruindo de riqueza que pertence ao povo trabalhador brasileiro. E é essa capa que eu gostaria de tirar”, respondeu Alfredo, no programa WW.
O deputado foi eleito relator na quarta-feira (20), em uma articulação que derrotou os interesses de Lula e dos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AL). E prometeu atuar com o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), para mostrar ao Brasil que conduzem um investigação com critérios técnicos e séria.
“Quem quiser que suje a sua história botando a mão em cima de ladrão. Não será o meu caso. O meu histórico de vida não permite isso”, concluiu Alfredo Gaspar, que já foi chefe do Ministério Público e secretário de Segurança Pública em Alagoas, quando conseguiu tirar seu estado do topo do ranking da violência no Brasil, no início do primeiro governo do senador licenciado Renan Filho (MDB-AL), hoje ministro dos Transportes de Lula.
Fonte: Por Davi Soares