
Porto Velho, RO - Nas duas últimas semanas, Rondônia passou por situações delicadas em relação à parte política, situação que teve início com a decisão do governador Marcos Rocha (União) de mudar a chefia da Casa Civil, ocupada por cerca de seis anos por Júnior Gonçalves, durante os dois mandatos consecutivos. No período, Júnior comandou o setor, que é o cargo político mais importante do Executivo Estadual, e realizou um trabalho satisfatório, inclusive na reeleição de Rocha em 2022.
Na eleição de 2018, Rocha teve como vice José Jordan, de Rolim de Moura. No segundo mandato, concorreu com um novo companheiro de chapa, Sérgio Gonçalves, irmão de Júnior, e conseguiu vencer no segundo turno o senador Marcos Rogério, presidente regional do PL.
No próximo ano, teremos eleições gerais para presidente da República, governadores e respectivos vices; duas das três vagas ao Senado de cada Estado e do Distrito Federal, além da Câmara Federal e Assembleias Legislativas. Só não teremos eleições para prefeito, vice e vereadores.
O projeto político do governador Marcos Rocha está bem desenhado desde a sua reeleição. Ele pretende concorrer no próximo ano a uma das duas vagas ao Senado, por isso terá que renunciar seis meses antes das eleições. Sua esposa, a titular da Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas), Luana Rocha, projeta uma candidatura à Câmara Federal, e o irmão de Rocha, Sandro, diretor-geral do Detran-RO, a deputado estadual.
Com Rocha renunciando em abril do próximo ano, o vice, Sérgio, será o governador, com condições de concorrer à reeleição. Sérgio já disse publicamente que seu projeto futuro na política é disputar as eleições para governador em 2026. Sem problemas, pois será uma oportunidade única de concorrer com enormes chances de sucesso.
Mas, como sempre, existem os prós e contras.
Para o lugar de Júnior Gonçalves na Casa Civil, Rocha nomeou Elias Rezende, pessoa de confiança do governador e parceiro de longa data. Neste mês, Rocha integrou uma comitiva de governadores e prefeitos a Israel, em missão oficial. Devido à guerra Irã-Israel, a comitiva ficou “presa”, sem poder deixar Israel, inclusive ocupando abrigos estratégicos.
O governador tem 15 dias, legalmente, para deixar o país sem que o vice assuma. Como a situação ficou indefinida quanto ao retorno de Rocha no prazo legal, os deputados se mobilizaram e, como o plenário é soberano, mudaram item na Constituição, dando legalidade à ausência de Rocha do país, que, mesmo fora, se manteve como titular do cargo, sem a necessidade de o vice assumir.
Durante o período, o vice Sérgio declarou publicamente que foi contra a nomeação de Rezende para a Casa Civil, deixando bem evidente que, caso assumisse o Governo, iria demiti-lo. Por isso, a mobilização para legalizar a situação de Rocha fora do país.
Rocha voltou, e existe uma enorme expectativa de como ficará a situação político-administrativa no Governo do Estado a partir da próxima semana. Sérgio é vice-governador e titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec).
As declarações de Sérgio sobre Rezende foram desnecessárias e inoportunas, pois ocupa um cargo de confiança no governo, como ele. Criou uma situação constrangedora dentro da equipe de governo, que certamente exigirá um posicionamento mais contundente do governador Rocha, inclusive levando em consideração o futuro político do grupo liderado por Rocha.
Na condição de Rocha não renunciar, abrir mão da candidatura ao Senado em 2026 e cumprir o mandato até o final, o projeto político da família terá que ser revisto. Nesse caso, a esposa Luana e o irmão Sandro não poderão disputar cargos eletivos, em razão do grau de parentesco. Será o adeus político-partidário.
Rocha realiza um bom trabalho. Rondônia está em franco desenvolvimento, hoje uma das poucas fronteiras econômicas do país, com destaque para a agricultura e a pecuária, e precisa manter o ritmo. Rocha e Sérgio devem buscar uma solução para o impasse, que tem tudo a ver com o futuro político, econômico e social do Estado.
Sensatez, coerência e sensibilidade são fundamentais na política. Que Rocha e Sérgio encontrem o caminho correto para que o Estado não seja prejudicado em seu futuro devido a divergências pessoais que atingem diretamente o coletivo.
Prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém...
Fonte: Por Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Na eleição de 2018, Rocha teve como vice José Jordan, de Rolim de Moura. No segundo mandato, concorreu com um novo companheiro de chapa, Sérgio Gonçalves, irmão de Júnior, e conseguiu vencer no segundo turno o senador Marcos Rogério, presidente regional do PL.
No próximo ano, teremos eleições gerais para presidente da República, governadores e respectivos vices; duas das três vagas ao Senado de cada Estado e do Distrito Federal, além da Câmara Federal e Assembleias Legislativas. Só não teremos eleições para prefeito, vice e vereadores.
O projeto político do governador Marcos Rocha está bem desenhado desde a sua reeleição. Ele pretende concorrer no próximo ano a uma das duas vagas ao Senado, por isso terá que renunciar seis meses antes das eleições. Sua esposa, a titular da Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas), Luana Rocha, projeta uma candidatura à Câmara Federal, e o irmão de Rocha, Sandro, diretor-geral do Detran-RO, a deputado estadual.
Com Rocha renunciando em abril do próximo ano, o vice, Sérgio, será o governador, com condições de concorrer à reeleição. Sérgio já disse publicamente que seu projeto futuro na política é disputar as eleições para governador em 2026. Sem problemas, pois será uma oportunidade única de concorrer com enormes chances de sucesso.
Mas, como sempre, existem os prós e contras.
Para o lugar de Júnior Gonçalves na Casa Civil, Rocha nomeou Elias Rezende, pessoa de confiança do governador e parceiro de longa data. Neste mês, Rocha integrou uma comitiva de governadores e prefeitos a Israel, em missão oficial. Devido à guerra Irã-Israel, a comitiva ficou “presa”, sem poder deixar Israel, inclusive ocupando abrigos estratégicos.
O governador tem 15 dias, legalmente, para deixar o país sem que o vice assuma. Como a situação ficou indefinida quanto ao retorno de Rocha no prazo legal, os deputados se mobilizaram e, como o plenário é soberano, mudaram item na Constituição, dando legalidade à ausência de Rocha do país, que, mesmo fora, se manteve como titular do cargo, sem a necessidade de o vice assumir.
Durante o período, o vice Sérgio declarou publicamente que foi contra a nomeação de Rezende para a Casa Civil, deixando bem evidente que, caso assumisse o Governo, iria demiti-lo. Por isso, a mobilização para legalizar a situação de Rocha fora do país.
Rocha voltou, e existe uma enorme expectativa de como ficará a situação político-administrativa no Governo do Estado a partir da próxima semana. Sérgio é vice-governador e titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec).
As declarações de Sérgio sobre Rezende foram desnecessárias e inoportunas, pois ocupa um cargo de confiança no governo, como ele. Criou uma situação constrangedora dentro da equipe de governo, que certamente exigirá um posicionamento mais contundente do governador Rocha, inclusive levando em consideração o futuro político do grupo liderado por Rocha.
Na condição de Rocha não renunciar, abrir mão da candidatura ao Senado em 2026 e cumprir o mandato até o final, o projeto político da família terá que ser revisto. Nesse caso, a esposa Luana e o irmão Sandro não poderão disputar cargos eletivos, em razão do grau de parentesco. Será o adeus político-partidário.
Rocha realiza um bom trabalho. Rondônia está em franco desenvolvimento, hoje uma das poucas fronteiras econômicas do país, com destaque para a agricultura e a pecuária, e precisa manter o ritmo. Rocha e Sérgio devem buscar uma solução para o impasse, que tem tudo a ver com o futuro político, econômico e social do Estado.
Sensatez, coerência e sensibilidade são fundamentais na política. Que Rocha e Sérgio encontrem o caminho correto para que o Estado não seja prejudicado em seu futuro devido a divergências pessoais que atingem diretamente o coletivo.
Prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém...
Fonte: Por Waldir Costa / Rondônia Dinâmica