Como funciona um confinamento de 40 mil bois por ano?

Como funciona um confinamento de 40 mil bois por ano?

Como funciona um confinamento de 40 mil bois por ano?

Porto Velho, RO - No confinamento da JBS em Guaiçara (SP), a rotina é puxada e não dá trégua: boi come todo dia, faça chuva ou sol, feriado ou final de semana. Assista ao vídeo abaixo e entenda como funciona essa incrível jornada de engorda de bovinos de alta tecnologia.

É assim que o gerente Diogo Tomazella e a supervisora Monise Silva Santos tocam uma das maiores unidades de engorda do Brasil, com capacidade para engordar até 40 mil bois por ano em três giros diferentes.

A gestão precisa e a constância são as chaves para o sucesso de um modelo que funciona 365 dias por ano.

Com um time de 52 pessoas, sendo 40 diretamente envolvidas na produção, a unidade é referência nacional.

O trabalho envolve não só alimentação e sanidade, mas também adaptação nutricional minuciosa. Afinal, muitos dos bois chegam do pasto, sem nunca terem visto um coxo na vida.

Adaptação nutricional: o segredo para o bom desempenho
Um dos grandes desafios é adaptar os animais à nova dieta. O processo leva cerca de 20 dias, com aumento gradual da concentração nutricional.

Tudo é feito com cuidado para evitar acidose ruminal e garantir que o boi tenha saúde para aproveitar ao máximo os alimentos oferecidos.

“Esse processo é fundamental para garantir o bom desempenho dos animais”, explica Diogo.

Já Monise destaca: “Estamos lidando com o patrimônio do pecuarista. O cuidado precisa ser redobrado, ainda mais quando o boi não é nosso”.

Além disso, o confinamento conta com consultorias especializadas em nutrição e sanidade, o que ajuda a equipe a manter o padrão de qualidade e reduzir falhas no manejo diário.

Confinamento exige constância e confiança do pecuarista
Um confinamento de sucesso é como uma engrenagem — e qualquer falha pode comprometer o resultado final.

Por isso, o foco da gestão é a constância: mesmo horário, mesmo processo, mesmo trato. Essa disciplina garante previsibilidade, desempenho e confiança do produtor rural.

“Hoje temos cliente que entrega boi gordo e já traz boi magro no mesmo dia para repor o lote. Isso mostra que o sistema está funcionando e trazendo retorno para o pecuarista”, diz Diogo.

A confiança do produtor é o bem mais precioso da operação. E é justamente ela que move o crescimento do confinamento, que recebe animais de diferentes perfis nutricionais e genéticos.

Força feminina também comanda o curral
Outro destaque do confinamento é a presença feminina no time de campo. Monise, que está há mais de quatro anos na unidade, celebra a evolução do setor:

“Temos mulheres na manutenção, na rastreabilidade e na operação direta com os animais. A pecuária está mudando e ganhando um olhar mais detalhista com a participação das mulheres”.

Para Diogo, a diversidade melhora a operação: “Cada pessoa tem uma visão e sensibilidade diferentes, e isso enriquece a tomada de decisões. Mulheres têm um olhar criterioso que agrega muito no dia a dia”.

O reconhecimento do papel feminino reforça que a pecuária moderna é feita com técnica, inclusão e profissionalismo.

Confinamento o ano inteiro, com planejamento e parceria

Embora o pico de entrada de bois ocorra na entressafra, quando o pasto seca, o confinamento funciona o ano todo. Isso só é possível graças ao planejamento antecipado, que permite ao produtor reservar sua baia com até dois ou três anos de antecedência.

“A gente faz um trabalho de parceria com o pecuarista. Quem planeja, garante o espaço e pode até negociar antecipações para compra de bezerros”, explica Diogo.

A proposta da JBS é clara: desembolsos e burocracias zerados, com tudo automatizado e sob controle.

O resultado é um sistema que valoriza o pequeno, o médio e o grande produtor, entregando previsibilidade, segurança e rentabilidade. Como resume Monise:

“Quem bota boi aqui, não volta mais para outro boitel”.

Fonte: Por Fábio Moitinho
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