
Certificado foi entregue nesta sexta-feira ao presidente Lula (PT) e ao ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, em cerimônia em Paris (Foto: Reprodução/YouTube/CanalGov)
Porto Velho, RO - O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, receberam nesta sexta-feira (6), em Paris, o certificado que confere ao Brasil o status de país livre da febre aftosa sem vacinação.
O reconhecimento, conferido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), já havia sido anunciado no último dia 29, durante a 92ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados da OMSA, para a qual o governo federal não enviou qualquer membro do alto escalão.
Na ocasião participaram o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, a vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), senadora Tereza Cristina (PP-MS), e o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni.
O status abrange todo o território nacional e representa uma importante conquista para a pecuária brasileira, atualmente o maior fornecedor de carne bovina do mundo.
“O que significa isso? Grandes oportunidades comerciais. O Brasil, que já exporta carne bovina e suína para mais de 160 países, agora pode, com este certificado, acessar os mercados mais exigentes”, disse Fávaro nesta sexta, citando como exemplo o Japão, uma das mais importantes economias que hoje não importa carne bovina brasileira por exigir de seus fornecedores a certificação de país livre de febre aftosa sem vacinação.
A cerimônia contou com a presença ainda de representantes da iniciativa privada, como Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
“Nós deixamos no Brasil 70% da nossa produção e exportamos os excedentes. Com essa certificação vai ser possível aumentar os mercados. Vamos poder vender carne com osso, miúdos, e acessar mercados mais exigentes, como o Japão, e aumentar a exportação para a Europa”, disse Perosa.
“Vai ser um novo momento para a pecuária brasileira, um novo momento para a indústria, trazendo renda para o interior do país, onde a pecuária se faz, para que a gente não tenha tanta gente nos grandes centros urbanos. É uma estratégia de país que está dando certo”, prosseguiu.
As entidades representativas do setor redigiram uma carta para Lula e Fávaro com sugestões de oportunidades de negociações que surgem a partir deste momento.
Emmanuelle Soubeyran, diretora-geral da OMSA, classificou a certificação do Brasil como uma vitória para toda a comunidade global. “Isso aumenta a confiança nos parceiros comerciais, vai facilitar as exportações brasileiras e também melhorar a produção de gado no Brasil. O Brasil também vai servir de modelo para outros países que queiram ter o mesmo sucesso”, afirmou.
“É importante lembrar que quando melhoramos a saúde animal, nós melhoramos a economia, promovermos o comércio, preservamos a vida selvagem e também diminuímos os efeitos das mudanças climáticas. Isso tudo é uma prioridade política. A saúde animal é fundamental para a saúde das pessoas do mundo inteiro”, destacou Emmanuelle.
Em sua fala, Lula agradeceu aos técnicos do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e à pecuária bovina. Ele disse ainda que conversou com o presidente da França, Emmanuel Macron, e avisou que quer concluir o acordo Mercosul-União Europeia quando o Brasil assumir a presidência do bloco sul-americano.
“Eu disse para ele [Macron] que, se tem problema com os agricultores franceses, vamos conversar com eles. Eu sempre defendi que essa relação comercial é uma via de duas mãos: a gente vende, a gente compra”, disse.
Fonte: Por Célio Yano