
Porto Velho, RO - A conscientização sobre a redução do desperdício de alimentos é crucial para a sustentabilidade ambiental e a eficiência econômica. Mas como colocar em prática ações efetivas que tenham impacto positivo no meio ambiente? Uma das soluções é o upcycling. Conhecido também como “reutilização criativa”, é um processo transforma resíduos alimentares em novos produtos, evitando o desperdício e criando oportunidades de negócios rentáveis e sustentáveis.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), cerca de um terço de todos os alimentos produzidos no mundo são perdidos, equivalente a 1,3 bilhão de toneladas de alimentos anualmente. O desperdício de alimentos também representa uma perda econômica significativa, que poderia ser evitada se os alimentos fossem aproveitados de maneira mais eficiente.
“O Upcycling de alimentos é uma prática vital para a segurança alimentar e para o meio ambiente. Ao reutilizar ingredientes que seriam descartados, estamos reduzindo a pressão sobre os recursos naturais e garantindo que todos tenham acesso a alimentos nutritivos”, afirma Max Petrucci, sócio fundador da Mahta.
Upcycling de alimentos na prática
O processo de upcycling de alimentos ao proteger e aproveitar materiais que seriam descartados, gerando benefícios socioeconômicos e ambientais, tem sido um recurso utilizado por algumas empresas. A Mahta, foodtech que adota essa prática, utiliza a farinha da castanha-do-pará desengordurada (originária da Amazônia), resultante da extração do óleo da castanha, em seu Superfoods em pó (conhecidos também como alimentos com alta densidade nutricional).
A startup, além de utilizar 15 ingredientes do bioma amazônico em seu Superfood em pó, resgata subprodutos originalmente destinados à alimentação animal e, ao pagar até 6 vezes mais na compra desses insumos, agrega valor e gera impacto positivo nas comunidades amazônicas locais. Esses subprodutos, ricos em nutrientes, são frequentemente considerados resíduos da produção de óleo. Ao passarem a ser direcionados para o consumo humano, o desperdício de alimentos é reduzido.
“A Mahta se insere nesse debate com a promoção de ações em prol desse produtor da ponta, que respeita os ciclos da natureza e com toda cadeia, que engloba o meio ambiente, a natureza social do processo e seu impacto no mundo”, comenta Max Petrucci.
A produção de uma espécie de “café amazônico” também é resultante do processo de upcycling da Mahta. As sementes dos grãos de açaí, que seriam descartadas, são aproveitadas por meio de torra e moagem, o que gera uma bebida semelhante ao café, altamente nutritiva.
Sobre a Mahta
A Mahta é uma empresa foodtech que utiliza como base na sua produção ingredientes provenientes de comunidades tradicionais da Amazônia e de pequenos agricultores que operam no modelo de sistemas agroflorestais. A proposta da startup é desenvolver alimentos focados no microbioma, assim como no macrobioma da Amazônia.
Fonte: Por Bom Gourmet