Em sabatina, Ciro Gomes diz que nunca mais pretende se aproximar do PT

Em sabatina, Ciro Gomes diz que nunca mais pretende se aproximar do PT


Em entrevista ao programa Candidatos com Ratinho, do SBT, Ciro Gomes concentrou críticas em Lula e no PT| Foto: Lourival Ribeiro/SBT

Porto Velho, RO
- O candidato à presidência da República pelo PDT Ciro Gomes concedeu, na noite desta quarta-feira (19), entrevista ao programa Candidatos com Ratinho, do SBT. Em suas falas, Ciro reforçou a tentativa de mostrar-se como o único candidato viável da terceira via frente à polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

Na entrevista, ele também falou sobre seus projetos de governo, em especial na área econômica, mas também relacionada à segurança pública, educação e saúde. O presidenciável criticou Bolsonaro e Lula, mas centrou suas críticas ao candidato petista e ao Partido dos Trabalhadores (PT).

Ao comentar sobre aspectos tributários, declarou que nunca mais se aproximaria do partido. “No Brasil até termos de esquerda foram roubados pelo PT. Aliás o PT, se você deixar, bate sua carteira e vira organização criminosa. Tem algumas exceções? Tem. Mas infelizmente, é duro de eu dizer isso, e é por isso que eu me afastei para nunca mais chegar perto dessa gente, porque o mal que o Lula tem feito ao Brasil é muito extenso".

Veja abaixo as principais declarações de Ciro Gomes na entrevista:


Polarização e terceira via

O presidenciável disse que o espaço para a terceira via nestas eleições é muito apertado e que ele é o único candidato que “propõe concretamente mudar”. Em seguida criticou o ato de campanha de Lula realizado na manhã desta segunda-feira, no qual o ex-presidente recebeu apoio público do ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (União Brasil), e de outros nomes que disputaram eleições anteriores no país.

“Hoje o Lula fez uma reunião em que estava a turma da ultra-esquerda brasileira, do PSOL, junto com o Meirelles. Desse mato aí não sai cachorro. Isso é um brutal conchavo sob o ponto de vista do modelo econômico”, disse.

Redução de inadimplentes

Afirmou que reduziria a lista de inadimplentes, de aproximadamente 66 milhões de pessoas, negociando as dívidas com empresas públicas e privadas, e financiaria o valor reduzido para os inadimplentes com recursos do Banco de Brasil e da Caixa Econômica Federal mediante juros baixos. Prometeu abatimento de em média 90% do valor total das dívidas e viabilização do pagamento em 40 parcelas. “Vou financiar, não vou dar dinheiro. É simples de fazer”.

Taxação de grandes fortunas

Sobre sua proposta de taxar grandes fortunas para financiar programas de renda, Ciro disse cobraria 0,5% dos patrimônios de pessoa física iguais ou maiores a R$ 20 milhões, o que, segundo o pedetista, alcançaria 58 mil pessoas. “A concentração é tão grande que eu acho 70 bilhões de reais aí por ano e com isso acabo com a pobreza no lar de 100% dos brasileiros”. “Apenas na pessoa física, deixa as empresas livres. O empresário tem que ser estimulado para investir. Eu quero deslocar o imposto para a pessoa física”.

A tributação seria, segundo o presidenciável, para pagar R$ 1.000 por família que vive na pobreza.

Plebiscitos

Disse que, caso eleito, usaria os seis primeiros meses de mandato para aprovar medidas que considera mais urgentes e depois trocaria a negociação com parlamentares do “toma-la-dá-cá, da corrupção, da fisiologia” por um acordo com governadores e prefeitos de refinanciamento da dívida dos entes a fim de ganhar apoio dos chefes do Executivo estaduais e municipais.

“Mas eu só posso garantir essa troca se você me trouxer o voto da sua bancada toda”, disse, exemplificando a negociação com os governadores e prefeitos. “Me ajude a fazer a reforma tributária que eu lhe compenso tirando a faca do pescoço da dívida”, prosseguiu.

Disse que caso persistissem impasses na tramitação de projetos, mandaria os temas a plebiscito.

Violência e combate ao crime

Afirmou que durante os anos em que as facções se desenvolveram o orçamento federal da segurança pública não foi suficiente para fazer frente a esse avanço e disse que, caso eleito, federalizaria o combate ao crime organizado.

“Aprendi, com minha experiência, que a polícia local não tem capacidade de resolver isso por uma circunstância: o policial é trabalhador, e por ser trabalhador ele e a família dele moram na periferia. Ele sai para trabalhar e a família dele fica ali”, disse.

“E ele vai relativizando: eu vou combater o narcotráfico quando eu sei que o burguês da zona sul do Rio, falando de combater o fascismo, está cheirando cocaína desbragadamente? E nunca houve uma batida policial nos apartamentos da esquerda caviar do Rio de Janeiro que presta um desserviço mortal ao Rio e ao Brasil”.

O candidato também afirmou que, além da federalização do combate às facções, apostaria no investimento em tecnologia e inteligência policial para o combate ao crime.

Reforma tributária

Disse que simplificaria o modelo tributário reduzindo impostos à população mais pobre e transferiria a carga tributária para o super-ricos por meio da taxação de grandes fortunas e de imposto de renda mais progressivo. “O sistema de impostos mais perverso do Brasil é o que se cobra sobre o consumo. E a substância dele é o ICMS”, declarou.

Saúde

Declarou que, caso eleito, a saúde pública melhoraria desde que o Teto de Gastos fosse revogado. Afirmou que é preciso aumentar o financiamento da saúde ao mesmo tempo em que se aprimora a gestão do SUS e reforçou sua proposta sobre a ampliação da rede de policlínicas, que é um de seus carros-chefes nas propostas de saúde desde a campanha de 2018. “A urgência que quero me comprometer é que nos 100 primeiros dias vou fazer um grande mutirão de cirurgias eletivas”, prometeu.

Fonte: Por Gabirel Sestrem
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