Oferta restrita leva o preço do leite a subir 10,12% no campo

Oferta restrita leva o preço do leite a subir 10,12% no campo


A captação de leite diminuiu com a falta de rentabilidade e o início da entressafra | Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo DC

Porto Velho, RO - Em Minas Gerais, principal produtor de leite do país, o custo de produção elevado e os preços insuficientes para garantir rentabilidade têm desestimulado a produção de leite e reduzido a oferta. O início da entressafra limitou ainda mais a disponibilidade do produto e o resultado foi uma alta de 10,12% no preço pago pelo litro em abril, referente à produção entregue em março.

Com a elevação, no Estado, o litro do leite chegou a um valor médio líquido de R$ 2,46. A tendência é de preços firmes para o pagamento em maio. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

No Brasil também foi verificada alta nos preços. O valor do leite captado em março e pago aos produtores em abril subiu 9,8% frente ao mês anterior, chegando a R$ 2,42 o litro na média Brasil líquida do Cepea. Em relação ao mesmo período do ano passado, houve aumento de 10,3%, em termos reais.

De acordo com o relatório do Cepea, o Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) caiu 0,5% de fevereiro para março e já acumula recuo de 4,5% desde março de 2021.

“O avanço do preço do leite ao produtor é consequência da diminuição da produção no campo, o que, por sua vez, está atrelado ao aumento dos custos de produção e ao período de entressafra”, explicou a pesquisadora do Cepea, Natália Grigol.

Segundo o relatório, a menor disponibilidade de pastagens, devido ao período mais seco, eleva os custos da alimentação do rebanho, o que provoca a alta sazonal dos preços do leite no campo.

Além disso, o encarecimento dos insumos produtivos tem corroído as margens do pecuarista leiteiro, limitando os investimentos na atividade e diminuindo o potencial de oferta de leite.

Com a menor oferta no campo, a disputa entre os laticínios pela compra de leite cru se manteve acirrada, uma vez que os estoques de lácteos estavam limitados. A competição sustentou o movimento altista e chegou ao campo.

No Estado, foi verificado incremento na cotação do leite em todas as regiões pesquisadas. A maior variação foi na região do Vale do Rio Doce, 10,82%, com o preço líquido médio chegando a R$ 2,26 por litro de leite. No Triângulo e Alto Paranaíba, o litro foi comercializado pelos pecuaristas a R$ 2,56, preço 10,74% maior.

Na Zona da Mata de Minas Gerais, o valor médio líquido pago pelo litro de leite encerrou o período em R$ 2,19, variação positiva de 4,44%.

Na Sul/Sudoeste o preço do leite apresentou alta de 8,08% e foi negociado a R$ 2,45, média líquida.
Tendência de preços firmes

Para o pagamento de maio, referente à produção entregue em abril, a tendência é de preços firmes. Conforme o Cepea, no mercado do leite spot – leite negociado entre indústrias – o preço médio do leite, em Minas Gerais, avançou 15,4% entre a primeira e a segunda quinzena de março, chegando a R$ 2,95 por litro. Os valores continuaram subindo em abril, mas em ritmo mais lento. Na primeira quinzena do quarto mês do ano, a média de preços ficou em R$ 3,01 por litro, e na segunda quinzena, de R$ 3,02 por litro.

Fonte: Diário do Comércio
Postar um comentário (0)
Postagem Anterior Próxima Postagem